O que eu entendi sobre o conceito de família e a sua importância para a estrutura social.A família, como uma unidade social, pode, então, ser definida como um grupo relativamente permanente de pessoas relacionadas por ascendência ou matrimonio ou adoção ou intimidade afetiva, que vivem junto e formam uma unidade econômica e onde os adultos assumem a seu cargo as crianças. A Família é freqüentemente entendida como a unidade fundamental da sociedade. A delinqüência, a violência e a toxicodepêndencia entre os jovens, são atribuídas, automaticamente, à falha de certas famílias em aderirem aos valores e padrões de comportamento tradicionais.
· família aristocrática;
· família burguesa;
· família camponesa
· família trabalhadora. A aristocracia se assentava no poder do monarca e no domínio das terras. O casamento era um ato político, pois dele dependia a manutenção das posses. A privacidade era mínima e as condições de higiene precárias. Era alto o índice de nascimento e igualmente elevado o índice de mortalidade infantil. A educação era orientada para a obediência à hierarquia social determinada pela tradição. Os castigos físicos eram práticas integrantes do método de ensino.
Na família camponesa também eram elevados os índices de natalidade e mortalidade infantis. Na família camponesa a unidade familiar era menor do que na família aristocrática, mas nem por isso o grupo familiar era mais significativo para seus integrantes. A aldeia por meio dos costumes e tradições regulava a convivência entre seus integrantes. A família não era um espaço privado e os laços afetivos se estendiam para fora dela. A mãe camponesa era encarregada de cuidar os filhos e nesta tarefa recebia ajuda de outras mulheres, vizinhas e parentas, pois sua presença também era necessária no trabalho do campo.
A família operária se formou no período da industrialização, no inicio do Séc. XIX. Sua origem era a família camponesa que migrou para áreas urbanas. Todos os membros da família trabalhavam, mesmo as crianças com idade em torno de dez anos, por longas jornadas. As condições de trabalho, de moradia, de higiene eram precárias e isto elevava o índice de mortalidade infantil. A família proletária atravessa três fases distintas ao longo de sua existência. Na primeira fase ela se caracteriza pela vida comunitária e pelo apoio mútuo entre seus membros. As crianças conviviam informalmente num amplo segmento de relações. Na fase seguinte, na segunda metade do Séc. XIX há uma melhoria na profissionalização do operário e nas condições de vida da família proletária. Começa haver diferenciação entre os papéis sexuais: as mulheres passam mais em casa cuidando dos filhos e os homens mais tempo trabalhando na fábrica. A terceira fase, já no Séc. XX se caracteriza pela mudança da família para os subúrbios, pelo incremento da vida privada e mais preocupação com a educação e com o futuro dos filhos. Simultaneamente a família proletária acentuou a autoridade paterna e o conservadorismo.
A família burguesa. Fechada em si mesma mantinha uma nítida separação entre o mundo do trabalho e o mundo familiar, entre o público e o privado. Os papéis sexuais eram rigorosamente definidos. O homem era o provedor, autoridades dominantes, livres e autônomas. A mulher era responsável pela casa, pela educação dos filhos. Emotiva e servil ao marido. Era intolerável a sexualidade feminina fora do casamento. O prazer sexual era secundário, pois a atividade sexual feminina se limitava à necessidade de procriação. Na família burguesa havia uma dissociação entre sexualidade e afetividade: as mulheres eram seres angelicais superiores as demandas animalescas do sexo que os homens buscavam fora do casamento. À mulher era dado o compromisso com o futuro dos filhos. A gestação, o desenvolvimento infantil, os “modos”, a saúde e as doenças dos filhos eram responsabilidade da mulher.A repressão à sexualidade infantil foi implacável na família burguesa. As manifestações de erotismo na infância eram severamente punidas pelos pais e condenadas pela medicina. Estas práticas levavam as crianças a viver situações conflitivas em relação a si – corpo, sexualidade – e ambivalentes em relação aos pais – amor, ódio.A educação dos filhos e sua preparação profissional eram prioritárias no casamento burguês. O filho homem haveria de ser autônomo, autodisciplinado, capaz profissionalmente e com idoneidade moral. Para a mulher a preparação profissional, o diploma, era mais uma questão de status a ser usado apenas em situações de emergência. A prioridade, quase obsessiva, com a educação dos filhos, revela um sentimento de perda experimentado pelos pais, principalmente o pai, nas suas impossibilidades de formação. Isto se torna visível em relação ao diploma universitário. Os pais que contraíram posses e por alguma razão não se diplomaram, se empenham para que os filhos obtenham a formação universitária que será para a família um símbolo de reconhecimento social.